16 de mar. de 2010

Mostra Internacional de Teatro Infantil (MITI) é convidada para 4º Encontro do Dia Mundial do Teatro para a Infância e a Juventude

A Mostra Internacional de Teatro Infantil (MITI), que este ano vai para sua quarta edição, é atualmente a única de Mato Grosso a ter como público-alvo a criançada. Peças, oficinas e shows fazem parte de uma programação recheada de muita diversão e aprendizagem, fato comprovado pelo público participante nas últimas três edições: mais de 20 mil crianças. Sabendo da importância de haver ações como essa por todo o país, o Itaú Cultural (em parceria com o Centro de Referência do Teatro para a Infancia), através do 4º Encontro do Dia Mundial do Teatro para a Infância e a Juventude, convida os coordenadores da MITI para participar do evento.

O Encontro, que será realizado de 15 a 21 de março no Itaú Cultural, em São Paulo, reunirá especialistas, estudantes, produtores e pesquisadores de teatro infanto-juvenil para debaterem a temática no contexto atual. Pela MITI, irão os produtores culturais e coordenadores da Mostra, Eduardo Espíndola e Viviene Lozi. Além de participarem do Encontro aberto, Eduardo e Viviene também participam do Encontro de Articulação, evento fechado, que discutirá a respeito da articulação e criação de uma rede que facilite a circulação de espetáculos e a integração de profissionais e instituições. Na ocasião, os participantes contarão com a presença de Elaine Grosman, representante da FUNARTE.

Além do intercâmbio de ideias e reflexões através de workshops e mesas-redondas para os adultos, as crianças não ficam de fora em um evento em que a temática é exatamente sobre elas. Para interagirem como espectadoras, serão convidadas a assistir ao premiado espetáculo cômico O Cano, do Circo Teatro Udi Grudi, de Brasília. A peça explora a relação entre a música e o clown, além de combinar técnicas circenses em meio a um repertório musical que vai do jazz à MPB, produzido com instrumentos alternativos como garrafas e canos de PVC. A peça, inclusive, já veio a Cuiabá em 2006 para participar do I Festival Nacional de Teatro de Cuiabá, trazida na ocasião pelo Teatro Fúria, onde Eduardo Espíndola era um dos integrantes, e Viviene Lozi, produtora executiva do Festival.

Durante a semana ainda acontece um sarau, um coquetel com intervenções cênicas e o lançamento do I Catálogo Livre do Teatro Infantil. Tudo isso para comemorar o Dia Mundial do Teatro para a Infância e a Juventude, que acontece em mais de 80 países, no dia 20 de março.


Sobre o Dia Mundial do Teatro para Infância e Juventude
O dia 20 de março foi instituído como o Dia Mundial do Teatro para Infância e Juventude pela Associação Internacional de Teatro para a Infância e Juventude (Assitej). Esta organização se dedica à realização de programas e projetos artísticos, humanitários e educacionais, e visa unir organizações e indivíduos, de todo o mundo, dedicados ao teatro para crianças e jovens. É comemorado em mais de 80 países, como demonstração do reconhecimento do direito de crianças e adolescentes de enriquecer suas vidas através das artes e das tradições culturais, com foco especial para a cultura teatral.


Sobre o Centro de Referência de Teatro Infantil (CRTI)
Criado em 2007, pelo ator Gabriel Guimard e pelas atrizes Ana Luísa Lacombe e Deborah Serretiello pretende, por meio de uma série de atividadespedagógicas, reflexivas e lúdicas, discutir, refletir, e proporcionar a troca de experiências entre profissionais de teatro infantil e de outros segmentos artísticos, assim como de outras áreas relacionadas à cultura para infância: pedagogia, psicologia infantil, arte-educação, etc.


Mais detalhes
Em entrevista exclusiva para a MITI, Renata Bittencourt, gerente do Núcleo de Educação Cultural do Itaú Cultural e Ana Luísa Lacombe, atriz, contadora de histórias, figurinista, artista plástica, autora do livro Acender um Fogo – o Jogo e o Teatro na escola, escrito em conjunto com Anna Maria Lacombe, premiada quatro vezes como melhor atriz pela APCA e diretora artística do Grupo Faz e Conta, revelam um pouco sobre as expectativas do 4º Encontro do Dia Mundial do Teatro para a Infância e a Juventude e a importância de se discutir as artes cênicas para crianças e jovens.


MITI - Serão aproximadamente quantos grupos de teatro ou representantes de Mostras e Festivais participando do evento?

Ana Luísa Lacombe - Estamos com um grupo inicial de aproximadamente 50 pessoas, entre representantes e grupos teatrais, organizadores de festivais, representantes de instituições como: SESC, SESI, Secretarias de Cultura do estado e do Município de São Paulo, Funarte, Teatro Alfa, Centro cultural do grupo Silvio Santos, Centro da Cultura Judaica, Centro Cultural São Paulo, Cooperativa Paulista de Teatro, entre outros.

Renata Bitencourt – Entre os participantes de festivais de teatro infantil são 5 estados representados, de 8 grupos de teatro, totalizando estes 50 participantes. O objetivo do evento é ser ao mesmo tempo um momento de formação e de articulação para os profissionais da área e de deleite também. Por isso temos workshops com profissionais de destaque, mesas de debate, um encontro de formação de rede e espetáculos com o grupo Udi Grudi.

MITI - Como foram os outros encontros e qual a expectativa para este?

Ana Luísa Lacombe - Cada encontro teve uma característica especial. No primeiro ano (2007) tivemos apoio da Secretaria de Cultura do Município de São Paulo e fizemos mesa de debates, um sarau e na semana seguinte um grande seminário com 8 mesas de debate. Em 2008 comemoramos os 60 Anos do Teatro Infantil no Brasil. Tivemos o apoio da FEMSA. Fizemos uma festa de confraternização com apresentações e falas homenageando a data, além da leitura de uma cena do texto "O Casaco encantado", cuja montagem marca o início do teatro profissional para crianças no Brasil.
No ano passado não tivemos nenhum apoio, a não ser da Biblioteca Monteiro Lobato que nos acolheu em todas as edições. Assim, na base do guaraná e da pipoca, fizemos uma bela festa, onde pudemos trocar experiências e assistir trechos de espetáculos no nosso sarau que já virou marca do evento.

O objetivo maior sempre foi o de confraternizar e compartilhar, a consequência disso é a reflexão. Quando nos encontramos e trocamos, surgem as questões e as discussões.

Para este ano, com a parceria do Itaú Cultural estamos com uma expectativa bem positiva com relação ao resultado. Teremos novamente as mesas de discussão, workshops e, talvez o mais importante, esta Rede que estamos querendo formar para ampliar e aprofundar a troca de idéias.

Renata Bitencourt – Esta é a primeira vez que o instituto participa da comemoração do dia mundial do teatro para criança e juventude. Mas sabemos que o CRTI realizou três edições que foram muito importantes para a reflexão sobre essa produção no Brasil. Por isso quando procuraram o instituto em busca de apoio para fazer este quarto encontro, soubemos que era uma oportunidade de impulsionar uma iniciativa importante.

MITI - Haverá algo diferente no 4º em relação aos anteriores?

Ana Luísa Lacombe - Os workshops e a formação da Rede são as grandes novidades deste ano.

Renata Bitencourt – Esse encontro conta também com a curadoria da Ana Luisa Lacombe, Deborah Serretiello e Gabriel Guimard do CRTI e tem uma programação robusta de formação. São quatro workshops dirigidos. Além disso, a vinda dos coordenadores de festivais de teatro infantil vai possibilitar um maior diálogo neste segmento.

MITI - Quais os resultados colhidos até agora? Vocês tem atingido o objetivo
colocado desde o primeiro evento?

Ana Luísa Lacombe - Acho que conseguimos mobilizar um grupo de artistas que trabalham para crianças. Todos estão interessados em discutir trocar e aprender. Acho que nós acabamos criando um espaço para que isso aconteça.

Temos registro das conversas que tivemos até agora e procuramos avançar nos temas. Não ficar andando em círculos. Já não ficamos mais nos lamuriando das dificuldades, estamos discutindo estética, propostas, linguagem, formação de público, formação de formadores de público...

Mesmo conseguindo fazer este evento apenas uma vez ao ano, conseguimos criar uma regularidade para se tocar neste assunto e discutí-lo. Isso faz a conversa amadurecer, mesmo que seja lentamente.

MITI - Em sua opinião, qual a evolução do teatro infantil no Brasil? O encontro tem ajudado nesta evolução?

Ana Luísa Lacombe - A evolução é enorme e começou uma grande virada antes de entrarmos nesta história. Começou nos anos 60 com Maria Clara Machado no Rio de Janeiro, em 70 com Ilo Krugli, e outros artistas maravilhosos. Mas houve um avanço grande por volta dos anos 90. Vários grupos surgiram, grupos sólidos, sérios, que ampliaram ainda mais o panorama da produção teatral para crianças aqui em São Paulo e no Rio. No restante do Brasil, sabemos que tem muita boa, mas não conseguimos ter muito acesso. Estamos no evento com o pessoal de Brasilia a Cia Udi grudi, que é maravilhosa. Um dos temas que queremos conversar é exatamente: circulação de espetáculos. Muito dificil viajar com espetáculo para crianças.

Renata Bitencourt – Nosso intuito é chamar a atenção para o trabalho criativo de dramaturgos, diretores, atores e cenógrafos e promover a importância da qualidade estética na produção para crianças.





SERVIÇO
Interações em Cena
De 15 a 21 de março
Entrada franca
Para os espetáculos O Cano, o Circo Teatro Udi Grudi, será distribuído um cartão numerado, para o controle de fila. Ao recebê-lo, a pessoa deve permanecer na fila, pois será trocado pelo ingresso meia hora antes do início do espetáculo.
Estacionamento com manobrista: R$ 8,00 a primeira hora; R$ 4,00 a segunda hora; e R$ 2,00 por hora adicional
Estacionamento gratuito para bicicletas
Acesso para deficientes físicos
Ar condicionado